quinta-feira, dezembro 30, 2010

Entrevista com Renato Rocha

Essa entrevista virou história! Aqui é somente um trecho dela que foi editado para ser usado em um dos vários programas de rádio na 'Rádio Teia' em 2010. Ainda tem muito por vir, aguardem!

Na entrevista que ainda virá Renato fala mais de sua infância, seu início na música e conta várias histórias...

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As mil faces de um homem – por Talita Lima

Há quem diga que ele é hipócrita, falso moralista e mal educado, por outro lado, os amigos e a família discordam em número, gênero e grau, e ele também “posso ser qualquer coisa, mas meu caráter dinheiro nenhum compra”. Esse é Luís Guilherme Brunetta Fontenelle de Araújo, nascido no Rio de Janeiro, mineiro por parte de mãe e carioca nato por parte de pai. Mas não é por esse nome que ele é conhecido, seu nome para muitos não é Luís Guilherme e nunca será, para o mundo ele é Tico Santa Cruz.

            Tico recusou o sobrenome no inicio da carreira musical porque “família é um lance complicado, muitos querem aproveitar a fama do sobrenome” sai o sobrenome, entra Santa Cruz. É a união do apelido de infância com o nome que escolheu para si.

            Sempre muito falante, se não estiver assim algo está errado. Sem papas na língua, fala o que pensa para quem quiser e também para quem não quer ouvir. Defende sua verdade a qualquer hora e lugar. Personalidade forte e crítica.  “Criticas são sempre bem-vindas”.

             Tico é músico, voluntário, poeta, escritor, contestador, pai de família...

            Como pessoa, mudou muito nos últimos anos. Apaixonado por livros têm neles uma fonte de conhecimento inesgotável. “A maior rebeldia num país como o Brasil, repleto de analfabetos e analfabetos funcionais, é ser inteligente. Ler é a maior rebeldia.” Em 2006, a violência da cidade do Rio bateu a porta e era impossível não deixar que ela passasse por cima. Rodrigo Netto, seu amigo e companheiro de banda, foi assassinado. “Porque isso foi acontecer com ele? Eu preferia que tivesse sido comigo. Trocaria de lugar se pudesse voltar no tempo e deixá-lo aqui nesse universo injusto, por que sem dúvida nenhuma sua forma leve de viver a vida deve ser um exemplo a ser seguido.”

            Uma época de mudanças, um visual desleixado e a barba sem fazer. “Eu vagava noites em claro chorando as saudades do meu amigo que partira. Eu havia perdido completamente a esperança nos humanos, eu mergulhei num poço de revolta, angústia e medo de não conseguir mais sorrir.”

             Quando tudo parecia perdido, surgiu a luz: Corujão da Poesia. “Foi amor a primeira vista. Amor por pessoas que tinham em seus olhares, bocas e expressões poesia, música, arte. Foi o pulsar de um coração que estava quase se entregando. Foi o resgate.”

            Depois de conhecer o Corujão, nasceu um projeto, os Voluntários da Pátria. Um coletivo de música, poesia, teatro e reflexão coletiva que viaja o país divulgando trabalhos independentes e que visam criar uma juventude pensante. Política, amor, violência e sexo, não importa o tema, ele será discutido no palco pelos artistas e pelo público que tem participação cativa a qualquer momento. “Ao sentir a transformação em
mim, que já não acreditava mais em nada, percebi que a poesia, a música, as reflexões propostas por aquele grupo poderiam ser úteis também a outros corações perdidos.”

            Protestos ele tem alguns nas costas: do Rio de Janeiro à Brasília, nunca deixou de fazer a sua parte, mesmo que fosse sozinho. “Já fiquei pelado no meio da rua, quase ninguém viu... Era jogo do Brasil na Copa do Mundo.”

            Entre as diversas atividades, ainda encontra tempo para participar ativamente de discussões ávidas nas redes sociais. E faz questão de fazer tudo sozinho, sem ninguém para falar por ele. Assessoria somente a da banda.

            Em setembro, aceitou um desafio, para ele um desafio pessoal. Viver um reality show. “Não aceitei o convite de primeira. Assim como muitas pessoas, também tinha um certo preconceito com esse tipo de programa. Nunca assisti a nenhum reallity. Posso dizer que passei o olho em alguns capítulos do BBB na sua última edição, por conta da participação de meu amigo Marcelo Dourado. Pensei insistentemente a respeito. Foi depois de conversar com pessoas muito próximas e refletir bastante sobre os prós e contras, profissionalmente e familiarmente, que decidi que poderia ser uma experiência humana interessante.”

            Dessa experiência surgem novas críticas, elogios, fãs e também novos “anti Tico Santa Cruz”. É também dessa nova experiência que quem o conhece afirma mais do que nunca “Tico Santa Cruz, ame ou odeie, não existe meio termo.” Mas, para ele, a única coisa que importa é estar de volta a sua vida, sua família e a estrada com a banda. “Porque aqui é meu lugar.”

Meu trabalho

Muitos não sabem mas, sou estudante de jornalismo. E nesse ano produzi algumas coisas relacionadas ao DRC que não foram publicadas, então para encerar o ano, deixo para vocês meu trabalho. Um perfil do Tico e uma entrevista com o Renato.